30/05/2023
Um dia sem fumar para valorizar a vida. Depois, aproveite o embalo para parar de fumar de vez
São Paulo, 30 de maio de 2023 – O tema de 2023 da campanha do Dia Mundial Sem Tabaco (World No Tobacco Day – WNTD) é “Precisamos de comida, não de tabaco”. A data é lembrada desde 1987, quando foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com intuito de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao fumo. A cada ano cerca de 3,5 milhões de hectares de terra são destinados ao cultivo de tabaco, que também contribui para o desmatamento de 200.000 hectares por ano.
Não é apenas o câncer de pulmão que pode ser causado pelo fumo. “O cigarro comum, assim como os eletrônicos (dispositivo eletrônico para fumar – DEF, conhecidos também como vapes), narguilés, charutos e cachimbos contêm substâncias que estão ligadas diretamente a diversos tipos de câncer. Também estão associados ao surgimento ou agravamento de doenças respiratórias, como o enfisema e a bronquite crônica, e de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio”, diz a Dra. Bruna Zaidan, diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
De acordo com a OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo e mata oito milhões de pessoas a cada ano, das quais um milhão são vítimas de fumo passivo. E ao contrário do que algumas pessoas imaginam, o uso do cigarro eletrônico é sim prejudicial à saúde. Tanto que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização e importação para o Brasil, desde 2009, de qualquer dispositivo eletrônico para fumar, contendo ou não nicotina e tabaco, de acordo com a RDC 46/2009.
“Infelizmente, na prática vemos muitos jovens utilizando esses vapes, por isso temos que unir esforços para discutir abertamente sobre tabagismo e conscientizá-los de que apesar da vasta gama de essências aromatizadas, esses cigarros eletrônicos contêm altas doses de nicotina, que é viciante, além de substâncias potencialmente carcinogênicas”, acrescenta a Dra. Bruna Zaidan.
A variedade de aromas oferecidos pelos cigarros eletrônicos é um chamariz para atrair a juventude, alerta a OMS. E um dos agravantes é que na adolescência o sistema nervoso está em desenvolvimento.
A cantora Rita Lee, que faleceu este mês, disse em uma entrevista ao jornal em 2021, que a vida cobraria um pedágio por ser fumante. “Era um sopro atrás do outro: pare de fumar”.
São 4.700 substâncias tóxicas existentes no cigarro e a nicotina leva à dependência, pois alcança o sistema nervoso central em apenas 10 segundos.
Parar de fumar é compensatório
O esforço para abandonar o cigarro vale a pena! A qualidade de vida melhora muito. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ao cessar o fumo, após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue; em 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor; em dois dias, o olfato percebe melhor os cheiros e melhora o paladar; decorrido um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio se reduz à metade; e após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao dos que nunca fumaram.
Entre os malefícios do consumo prolongado do tabaco estão os problemas de saúde bucal e doenças respiratórias, pois a fumaça atinge a faringe, laringe, traqueia, brônquios até chegar ao pulmão, o órgão mais afetado pelo fumo. O uso prolongado do tabaco pode causar enfisema pulmonar, bronquite, câncer de pulmão, para citar as doenças mais comuns.
Para quem deseja parar de fumar, o SUS oferece tratamento gratuito com sessões de psicoterapia, que pode combinar a prescrição de medicamentos para lidar com as crises de abstinência por meio do Programa de Controle do Tabagismo em todo Brasil.
Sobre a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia. E em maio de 2024 acontecerá a sua 34ª edição. A SBP também produz a publicação “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.