Nesta segunda-feira (04/11) o Dr. Clóvis Klock, presidente da SBP, e o Dr. Gerônimo Jr., secretário adjunto da sociedade médica, marcaram presença em uma reunião no Ministério da Saúde, em Brasília (DF) a convite da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES). Na pauta foram debatidos temas de interesse de médicos patologistas no Brasil, como a melhoria na qualidade dos cursos de residência médica em Patologia e a problemática do diagnóstico do câncer no País.
“Discutimos e propusemos incentivos para que os estudantes de Medicina se interessem pela Patologia, como a melhor qualificação dos cursos de graduação e de residência médica na área, uma melhor equiparação na qualidade dos serviços de residência e da preceptoria. Também, a oferta de melhores bolsas para os residentes, além da postergação no pagamento do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] após concluírem a graduação”, afirma Klock.
Com isso, explica o presidente da SBP, há uma preocupação com o diagnóstico anátomo patológico no Sistema Único de Saúde (SUS), em especial, do câncer: “Sabemos que temos poucos patologistas para realizar os exames e, no sentido de resolver essa problemática, estamos discutindo com o Ministério da Saúde a criação de centros especializados no SUS com telepatologia e uma melhor remuneração aos exames”, diz.
Déficit de patologistas – Embora doenças como o câncer necessitem de um especialista na área para seu diagnóstico, no Brasil ainda há pouco interesse pela Patologia. Dados da Associação Médica Brasileira (AMB) apontam que há 3.824 médicos patologistas no País, o que representa apenas 0,8% de todos os especialistas. Comparativamente, existem 56.979 clínicos médicos (11,5%), 48.654 pediatras (9,8%) e 41.547 cirurgiões gerais (8,4%), áreas com mais profissionais.
“Sabemos que no Brasil e no mundo temos carência de patologistas. Aqui temos cerca de 1,6 patologistas para cada 100 mil habitantes e a depender da região há menos de um, como na região Norte”, analisa o Dr. Gerônimo Jr.
Diante desse contexto, a SBP tem participado frequentemente de encontros em Brasília para incentivar políticas que visem fortalecer a especialidade médica. Em agosto de 2024, em plenária do Senado Federal sobre o câncer de pulmão, Klock enfatizou a necessidade de a Patologia ser uma das áreas prioritárias na residência médica para enfrentamento desse tipo de tumor, sendo também fundamental no diagnóstico de outros cânceres e doenças.
Naquele mesmo mês, o Dr. Gerônimo Jr. participou de reunião também na SAES, o que mostra o aprofundamento do diálogo da SBP com o Ministério da Saúde. “Esse é um trabalho conjunto da SBP com o Ministério da Saúde, temos certeza que vamos conseguir buscar uma melhoria para a Patologia brasileira”, conclui Klock.