O FUTURO DA PATOLOGIA BRASILEIRA: RESPONSABILIDADE DE TODOS
Carlos Alberto Fernandes Ramos
Não haveria falta de oportunidades ou trabalho em Anatomia Patológica, para esta e para as dez próximas gerações se:
1. A Patologia for mantida entre os patologistas
2. Patologistas não venderem seu trabalho e seu nome a bioquímicos e biomédicos
3. Houver respeito à CBHPM, na contratualização com quaisquer convênios ou operadoras de saúde
4. Não se trabalhar diariamente com grandes volumes de serviço, porque tal atitude, além de prejudicial à saúde física e mental, possibilita a ocorrência de erros de diagnóstico
5. Patologistas não infringissem a resolução do CFM que proíbe ensino de matéria médica a não-médicos
6. For declarado extinto o tráfico de biópsias de laboratórios clínicos para os mega laboratórios de SP, RJ e MG (principalmente)
É preciso lembrar que as decisões acima não dependem do Presidente da República, dos políticos brasileiros ou de ações judiciais. Tudo depende de cada um dos patologistas brasileiros. São apenas dois mil profissionais, que poderiam utilizar a inteligência provada pelo exercício da mais difícil especialidade médica para a solução definitiva dos problemas profissionais.
Vítimas da desconfiança mútua, continuaremos a subverter o mais elementar princípio da Economia: a lei da oferta e da procura. São tantos exames anatomopatológicos à disposição de nossa classe que, cegos, nada fazemos quando grande parte de nosso trabalho é literalmente jogado na lata de lixo ou desviado para não-patologistas. Com tanto trabalho, paradoxalmente, há muitos que ainda cometem a sandice maior de negociar preços aviltantes, oferecer propinas e praticar concorrência desleal.
O que cada um quer efetivamente fazer para mudar a situação? Um caminho muito fácil – apenas uma decisão pessoal.