Autópsia, necropsia ou exame cadavérico é procedimento médico que consiste em examinar um cadáver para determinar a causa da morte, suas consequências, e para a análise de qualquer outra doença associada.
O termo Autópsia deriva da palavra grega que significa: ver por si próprio. Outro termo grego equivalente, de uso mais recente, é Necropsia, que significa “visão do morto”.
As autópsias são subdivididas em três tipos:
1) Autópsia médico-legal ou forense, que se destina a identificar o processo da morte em casos de violência ou de causa duvidosa;
2) Verificação de óbito (SVO), realizada em casos de morte não-violenta, de pessoas sem acompanhamento médico regular;
3) Autópsia hospitalar, realizada em pacientes internados, falecidos em decorrência de sua doença. Essas autópsias são realizadas com o prévio consentimento dos familiares.
As autópsias de SVO e hospitalares são realizadas por um anatomopatologista. Deve ser salientado, que antes do falecimento do paciente, o patologista contribui para o diagnóstico médico com a realização de exame citopatológico, como citologia cérvico-vaginal, e de exame histopatológico de uma biópsia da lesão. A autópsia é realizada com a consciência de sua importância no aprimoramento da Medicina e como instrumento de controle de qualidade do seu próprio exercício.
A técnica da autópsia consiste em estudar as alterações dos órgãos após a morte, a partir de três passos: 1.Exame macroscópico. 2.Exame microscópico. 3.Correlação dos achados macro e microscópicos com os dados da história do paciente.
É importante salientar que há dois tipos de autópsias: Autópsia médico-legal, relacionada com morte violenta, e Autópsia clínica, de pacientes falecidos por doença pré-existente.
Vários estudos têm analisado a correlação diagnóstica anátomo-clínica e a aferição retrospectiva do diagnóstico clínico em autópsias. Calcula-se que, em cerca de 10% dos casos, há desacordo diagnóstico, que se antes verificado, poderia ter implicado em alterações terapêuticas e prognósticas.
A autópsia, além de contribuir para identificar a causa do óbito, tem diversas outras funções: Controle de qualidade do diagnóstico e do tratamento; Fonte de informação para a Secretaria da Saúde; Material de ensino e de pesquisa; Correlação com o tratamento.
Bibliografia: 1) Almeida MC et al. Correlação diagnóstica anátomo-clínica. Aferição retrospectiva do diagnóstico clínico em necropsias. Rev. Saúde públ., S. Paulo: 23: 285-91, 1989.
Prof. Dr. Marcello Franco – Professor Titular do Departamento de Patologia – EPM/UNIFESP