Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência de câncer de mama vem aumentando tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres depois do câncer de pele não melanoma, com uma estimativa de 57.960 novos casos da doença em 2016.
Os sinais do câncer podem variar, porém uma das principais manifestações da doença é a presença de nódulos nos seios, que se apresentam palpáveis, endurecidos e indolores. Outros sinais são: vermelhidão ou inchaço da pele, pele retraída e secreção mamilar serosa ou sanguinolenta, entre outros.
Segundo a diretora de ensino da SBP, professora de Anatomia Patológica e coordenadora do Laboratório de Patologia Mamária da FM/UFMG, Marina De Brot, o autoexame é pouco eficaz como método de rastreamento do câncer de mama, porém pode ser decisivo para o diagnóstico precoce da doença. ”Também são importantes as ações para a educação em saúde, explicando a importância do cuidado da mulher com seu corpo. É vital fornecer ainda informações sobre como e quando o autoexame deve ser realizado. Finalmente, é essencial que a mulher conheça suas mamas e esteja atenta para poder identificar eventuais alterações, alertar seu médico ou procurar o serviço de saúde.” comenta.
Ela explica que as normas para a indicação da mamografia de rastreamento variam entre países, não havendo consenso internacional. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos de idade façam uma mamografia a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), por outro lado, preconiza que todas as mulheres com idade de 40 a 69 anos façam anualmente a mamografia. Para mulheres acima de 70 anos, a indicação de rastreamento com a mamografia deverá ser avaliada pelo médico de forma individualizada. Para mulheres entre 35 e 40 anos de idade, a realização da mamografia poderá ser indicada em casos específicos, após avaliação médica.
Mulheres que tenham histórico de casos de câncer de mama na família (parentes de 1º grau com idade abaixo de 40 anos), câncer de ovário ou câncer de mama em homens da família, podem ter predisposição genética e risco elevado para a doença.
Quando são detectadas lesões suspeitas ao exame de mamografia, torna-se necessária a realização da biópsia dessas lesões, uma ferramenta que vai definir tanto o diagnóstico final quanto o tratamento adequado. “Os fragmentos de tecido coletados ou peças cirúrgicas serão avaliados pelo patologista, que elaborará um laudo anatomopatológico. Uma vez concluída esta etapa, todos os casos de câncer de mama deverão ser submetidos ao exame imuno-histoquímico e, em casos selecionados, a testes moleculares, para definir terapias complementares específicas (hormonoterapia, imunoterapia e etc), individualizadas para cada paciente, ou até mesmo para determinar a necessidade de quimioterapia. A análise dos resultados destes exames e testes também é feita pelo médico patologista”, ressalta.
O câncer de mama ainda não pode ser prevenido totalmente, porém existem algumas recomendações básicas que ajudam a reduzir o risco para o aparecimento da doença. Além do autoexame e da mamografia, é aconselhável levar uma vida saudável, com uma dieta equilibrada, praticando exercícios físicos, controlando o peso corporal e evitando o consumo de bebidas alcóolicas. Além disso, a amamentação também é considerada um fator protetor.
Fonte: Dra. Marina De Brot – Diretora de Ensino da SBP, professora adjunta do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFMG e uma das coordenadoras do Laboratório de Patologia Mamária da FM/UFMG.