Diagnóstico: Carcinoma Sarcomatóide Com Componente Osteossarcomatoso.
Discussão: Trata-se de amostra de laringe com neoplasia maligna constituída predominantemente por células fusiformes atípicas em feixes com focos de maior coesão celular. Há ulceração do epitélio de revestimento e frequentes figuras de mitoses. Chama atenção no presente caso área com extensa diferenciação osteoblástica caracterizada por matrix osteóide em meio a células gigantes multinucleadas e céulas com marcadas atipias.
O carcinoma de células fusiformes ( Carcinoma sarcomatoide ou carcinossarcoma) da laringe é um tumor incomum caracterizado morfologicamente pela presença de um componente epitelial distinto, in situ ou invasivo, com um componente maligno de células fusiformes. A presença de componente in situ é muitas vezes útil para estabelecer o diagnóstico em amostras de biópsia, onde o tumor é composto apenas de células fusiformes. O componente epitelial é um carcinoma de células escamosas com componente sarcomatoso maligno que pode conter elementos heterólogos (osteo ou condrossarcomatosos).
Em casos em que o componente in situ não seja evidente, mesmo após cortes seriados, bem como naqueles predominantemente fusocelulares, onde o componente epitelial não é caracterizado morfologicamente, o estudo imuno-histoquimico pode ser útil para caracterização da natureza epitelial da neoplasia. Um amplo painel de citoceratinas, aliado a antígeno epitelial de mambrana (EMA) e p63/p40 deve ser utilizado, embora um percentual de casos possa ter positividade focal ou mesmo ausência de positividade para estes marcadores. Por técnica de microscopia eletrônica, a detecção de tonofillamentos e desmosomos dão suporte a natureza epitelial.
O presente caso é didático, uma vez que ressalta a importância de sempre excluir a possibilidade de carcinoma sarcomatóide antes de estabelecer um diagnóstico de sarcoma, o qual é extremamente raro em cabeça e pescoço. Em casos de biópsias incisionais, onde um componente sarcomatoso heterólogo (osteo ou condrosssarcomatoso) esteja representado deve-se estar atento para esta armadilha diagnóstica. Vale lembrar que em casos com predomínio de células fusiformes a possibilidade de melanoma deve ser incluída no diferencial.
Crédito: Pathpresenter