Jornal O Patologista Ed. 132_Abr/Jun_2018
IN PATHOLOGY O Patologista | 132 12 • Representam um grupo heterogêneo de lesões que têm em comum a presença de projeções compostas de eixos conjuntivo-vasculares recobertos por epitélio, que pode demonstrar graus diversos de proliferação celular, com ou sem atipias. • O diagnóstico se baseia em critérios citológicos e ar- quiteturais, bem como na presença e distribuição das células mioepiteliais. • O espectro do comportamento biológico varia de be- nigno a maligno, podendo trazer dificuldades diag- nósticas, uma vez que compreende lesões papilíferas benignas (papilomas intraductais sem atipias - PID - centrais/solitários e periféricos/múltiplos); lesões papilíferas com atipias (previamente referidas como papiloma atípico, incluem o papiloma com hiperplasia ductal atípica - HDA - e o papiloma com carcinoma duc- tal in situ - CDIS); lesões papilíferas malignas in situ e in- vasoras (carcinoma papilífero intraductal – CPI ou CDIS papilífero, carcinoma papilífero encapsulado - CPE, carcinoma papilífero sólido - CPS - in situ e invasor, car- cinoma papilífero sólido com polaridade reversa, carci- noma papilífero invasor). • Papilomas intraductais sem atipias comumente apre- sentam áreas associadas de hiperplasia ductal usual (Figura 1), metaplasia apócrina ou escamosa, áreas de esclerose (papilomas esclerosantes) ou de infarto. • Papilomas intraductais podem conter áreas de prolife- ração epitelial atípica (células monótonas e uniformes) que preenchem os critérios citológicos e arquiteturais para HDA ou CDIS; remanescentes do papiloma sem atipias geralmente estão evidentes em parte da lesão; para as atipias de baixo grau, a classificação da WHO (2012) recomenda o uso do tamanho/extensão da proli- feração atípica: foco atípico < 3mm (papiloma comHDA) ou ≥ 3mm (papiloma com CDIS de baixo grau nuclear). Para atipias de grau intermediário ou alto, o diagnóstico de CDIS independe da dimensão da proliferação atípica. • Nas variantes de carcinoma papilífero, áreas residuais de papiloma estão ausentes. • Presença e distribuição das células mioepiteliais são muito úteis na classificação das lesões. • Estudo imuno-histoquímico com marcadores mioepi- teliais, citoqueratinas de alto peso molecular e recep- tores hormonais pode ser útil em casos complexos. • No CPE e CPS, apesar de haver perda da camada mioe- pitelial na periferia do tumor, é recomendado o mane- jo e estadiamento das lesões como CDIS (pTis). Para o diagnóstico de carcinoma francamente invasor, os focos de invasão do estroma devem ser observados fora da cápsula fibrosa da lesão e, para o estadiamen- to, deve-se considerar apenas a medida do maior foco de invasão estromal, sempre fora da cápsula do tumor. Dicas para a avaliação de lesões papilíferas da mama Marina De Brot, secretária-geral da SBP FIGURA 1
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