Jornal O Patologista Ed. 132_Abr/Jun_2018
8 O Patologista | 132 REPORTAGEM A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), divulgou em abril deste ano os dados da Demogra- fia Médica no Brasil 2018 . A pesquisa, que traz informações so- bre a distribuição de médicos no País e todas as especialidades médicas reconhecidas, mostrou que há anualmente no Brasil mais de 450 mil médicos e que, provavelmente, esse número chegará ao surpreendente meio milhão em 2020. Confira re- cortes da pesquisa sobre a patologia e a opinião da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP). Escolha pela residência médica em patologia Quando questionados sobre qual seria a primeira opção como residência médica entre as diversas especialidades, apenas 19 recém-formados em medicina, de um total de 3.441 no estudo, emitiram preferência pela patologia. Para a secretária adjunta da SBP, Ana Lúcia Botelho Guimarães Arêas, o desconheci- mento da especialidade e baixa remuneração são considerados fatores determinantes. “A patologia continua sendo uma das especialidades menos procuradas pelos médicos recém-formados. Esse desconheci- mento sobre a especialidade se inicia na faculdade, onde muitos alunos veem a patologia apenas como uma ciência básica sem conexão com a medicina. Só fortalecendo nossa especialidade é que poderemos mostrar como a patologia é gratificante e impor- tante para, assim, atrairmos os recém-formados”, opina a médica. Residentes na especialidade Dos 35.187 médicos cursando programas de residência médica em 2017, a patologia tinha 269 residentes, sendo 120 em R1, 69 em R2, 77 em R3 e apenas três em R4 - o programa de residên- cia na especialidade tem duração de três anos. Só para efeito de comparação, aproximadamente 40% das vagas de médicos resi- dentes estão concentradas, segundo o estudo, em quatro espe- cialidades: clínica médica, pediatria, cirurgia geral e ginecologia e obstetrícia. “Podemos observar no estudo que os residentes vão desistindo no decorrer dos anos, o que reforça o desconhe- cimento da especialidade. Outro fato a ser considerado é o valor da bolsa mensal recebida pelos residentes (R$ 3.300). Em outras especialidades, os residentes costumam reforçar sua renda com plantões em emergência”, observa a secretária adjunta da SBP. O papel da SBP, reforça a vice-presidente para Assuntos Acadêmicos da entidade, Kátia Ramos Moreira Leite, é per- manecer atenta ao futuro da patologia no Brasil, atuando dos bancos escolares aos programas de residência médica, para que a especialidade se fortaleça, ofereça um serviço de qualidade à população e se destaque internacionalmente. “Os modelos didáticos atuais só serão atraentes aos alunos quando con- O laudo sobre a patologia no Brasil Estudo demográfico divulgado em abril revelou que existem no País mais de 280 mil médicos com algum título de especialidade. Desse número, há atualmente 3.210 patologistas, segundo dados apresentados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Por Madson de Moraes À esquerda, a secretária adjunta da SBP, Ana Lúcia Botelho Guimarães Arêas. Abaixo, a vice-presidente para Assuntos Acadêmicos da entidade, Kátia Ramos Moreira Leite Arquivo pessoal Arquivo SBP
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