Jornal O Patologista Ed. 133_Jul/Set_2018

ÉTICA E DEFESA PROFISSIONAL Não saber interpretar um exame de mamografia, errar o diagnóstico laboratorial de diabetes melli- tus ou não suspeitar de um quadro de uma apen- dicite aguda. Esses são alguns erros que podem acontecer com qualquer estudante de medicina no período da faculdade. No entanto, o Conse- lho Regional de Medicina do Estado de São Pau- lo (Cremesp) descobriu, em exame aplicado em 2017, que os médicos recém-formados são aque- les que mais vêm cometendo tais equívocos. Desde 2005, o Cremesp realiza uma prova, embora não obrigatória, para avaliar o conheci- mento aprendido nos anos de graduação dos re- cém-formados em medicina. O resultado é seme- lhante: os novos médicos saem despreparados das universidades para lidar com situações rotineiras na vida de um clínico geral. A Associação Médica Brasileira (AMB) reco- nheceu o problema educacional desses médicos e passou a defender a criação de um exame de proficiência de medicina. Nele, o estudante pas- saria por uma série de avaliações obrigatórias para estabelecer se está apto a progredir no curso e então iniciar a vida profissional, a exemplo do que já acontece com os formados em direito que passam pela avaliação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No Senado Federal, tramita o Projeto de Lei nº 165/2017, que altera a Lei nº 3.268, de 30 de setem- bro de 1957, que dispõe sobre os conselhos de me- dicina para instituição do exame nacional de pro- ficiência em medicina. O PL ainda está em fase de discussão na Comissão de Educação, Cultura e Es- porte do Senado Federal e, se for aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados. Nela, se for aceito, será levado à sanção do presidente da República. Posição da SBP “A Sociedade Brasileira de Patologia vê com bons olhos a ideia”, explica o patologista Emílio Campos Pereira de Assis, membro do Departamento de De- fesa Profissional da SBP. “Com profusão recente de abertura indiscriminada de faculdades de medici- na, não é possível manter o padrão acadêmico e o exame infelizmente se tornou necessário. Nos pró- ximos anos, com a implementação da prova, o ní- vel educacional da medicina – e, consequentemen- te, da patologia - deve melhorar como um todo.” É válido que o recém-formado faça um exame de proficiência médica? Associação Médica Brasileira (AMB) encabeça campanha para que recém-formados em medicina passem por avaliação para comprovar seus conhecimentos estudados na Universidade Por Daniele Amorim 7 julho / setembro 2018 Shutterstock

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