Jornal O Patologista Ed. 133_Jul/Set_2018
8 O Patologista | 133 REPORTAGEM Um relatório divulgado no começo do ano e que analisou tra- balhos de pesquisa publicados entre 2011 e 2016 apontou que o Brasil é o 13º maior produtor de publicações de pesquisa no mundo, ficando acima de países como Holanda, Rússia, Suíça e Suécia. O País, ressaltou o documento, produz artigos científi- cos altamente citados e alcançou boas taxas entre 1% dos papers mais citados do mundo. Os dados são do relatório Research in Brazil , produzido pela Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os dados, obtidos na plataforma InCites, baseada nos do- cumentos (artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites e estruturas químicas, compostos e reações) indexados na base de dados multidisciplinar Web of Science, apontaram ainda que o impacto da citação do Brasil historicamente foi abaixo da média mundial, mas aumentou mais de 15% nos últimos seis anos. Apesar dos números que ressaltam a produção científica no período, entidades que fomentam a pesquisa científica no País, como Capes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí- fico e Tecnológico (CNPq) e Financiadora de Inovação e Pes- quisa (Finep) têm se manifestado recentemente sobre os cortes previstos para seus orçamentos de 2019, o que comprometeria o custeio de bolsas de estudo, programas de pós-graduação e lançamentos de editais para pesquisa. De acordo com o CNPq, o investimento atual em ciência no Brasil chega a 1,2% do produto interno bruto (PIB). Se- gundo a presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o risco é enorme. “O risco que corremos é o de perder todo o trabalho que fizemos nos últi- mos 30 anos em que conseguimos colocar a ciência brasileira na projeção internacional e alcançar o 13º lugar na produção científica mundial”, adverte. Para a vice-presidente para Assuntos Acadêmicos da SBP, Dra. Kátia Leite, não há verba para bolsas e projetos. “O CNPq não lançou editais universais nos últimos dois anos, e a Fapesp, o órgão financiador do estado de São Paulo, reduziu ao máxi- mo seus investimentos, priorizando grandes projetos temáti- cos, o que tem reduzido o acesso de muitos grupos de pesquisa aos recursos necessários para o desenvolvimento científico e tecnológico”, aponta. Os desafios da produção científica na patologia Especialistas analisam os desafios e obstáculos para a produção científica na área em tempos de cortes no orçamento para pesquisa e ciência no Brasil Por MAdson de moraes Shutterstock
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