Jornal O Patologista Ed. 136_Abr/Jun_2019
13 abril / junho 2019 on-line e disponibilização de livros e periódicos. Uma questão que já estamos estudando nesses anos é a instituição de provas anuais para os residentes em patologia. O intuito seria men- surar o nível de aprendizagem dos residentes e as deficiências ou pontos fortes dos próprios programas de residência médica. O Brasil, como um país continental, tem peculiaridades e essa diversidade pode ser explorada para enriquecer a formação do profissional em treinamento, abrindo até a possibilidade de interação entre os diversos programas para troca de experiên- cias. Estamos também trabalhando junto com as escolas médi- cas para valorizar nossa especialidade. UMDOS OBJETIVOS DASBP É ATRAIRMAIS JOVENS PARAA ESPECIALIDADE, PORÉM, UMA DAS RECLAMAÇÕESMAIS COMUNS É A BAIXA REMUNERAÇÃO. COMO VOCÊS ESTÃO FAZENDO ISSO? Primeiro, achamos importante que a população saiba o que é a patologia e reconheça sua importância Por isso, estamos parti- cipando de diretorias estratégicas e consultivas de várias orga- nizações da sociedade civil, como TJCC (Todos Juntos contra o Câncer), Oncoguia e Lado a Lado pela Vida. Temos sido convi- dados para seus encontros e atividades de conscientização po- lítica, tendo a chance de divulgar e explicar a importância da nossa especialidade. Mas não é só isso. Nessas reuniões, onde estão presentes políticos e representantes das agências governamentais, temos a oportunidade de buscar apoio para nossa causa. Recentemen- te, estivemos com a deputada Carmen Zanotto, integrante da Bancada da Saúde, que se sensibilizou com os nossos problemas. Ela e outros integrantes da bancada têm o conhecimento de que, apesar de haver leis como a do diagnóstico em 30 dias, esse obje- tivo não será atingido enquanto se remunera o patologista com um valor abaixo do custo real. Precisamos ser remunerados de maneira decente para que haja um diagnóstico apropriado em um período curto de tempo. Eles estão sensibilizados em relação a isso. A deputada já nos convidou para fazermos parte de co- missões para lutarmos pela justa remuneração. QUAL A IMPORTÂNCIA DA PATOLOGIA BRASILEIRA NA SAÚDE PÚBLICA? A patologia é a base de tudo: da saúde pública, da prática clíni- ca de rotina, dos estudos epidemiológicos etc. Um exemplo é o trabalho maravilhoso feito na ocasião da epidemia de zika pe- los neuropatologistas e, mais recentemente, com a febre ama- rela. Desvendar os princípios e as consequências das doenças é papel do patologista. Lembrando ainda o papel importante exercido na prevenção do carcinoma do colo uterino, realizan- do não só a colpocitologia, mas também a detecção do HPV. Em alguns países, a colpocitologia está sendo substituída em partes pela detecção do HPV por testes moleculares, e isso é uma oportunidade para nós. Mostra que o mercado está am- pliando, o que pode ser mais atrativo aos jovens estudantes. Não adianta termos uma medicina de precisão se os laboratórios e equipamentos não são adequados. É preciso lutar por isso, melhorando a remuneração pelo nosso trabalho
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