Eliane Maria Ingrid Amstalden, Ricardo Karam Kalil
Códigos de topografia
C40-41 Neoplasias malignas dos ossos e das cartilagens articulares
C41 Neoplasias malignas dos ossos e das cartilagens articulares de outras localizações e localizações não especificadas
C41.0 Neoplasias malignas dos ossos do crânio e da face
C41.2 Neoplasias malignas dos ossos da coluna vertebral
C41.4 Neoplasias malignas dos ossos pélvicos, sacro, cóccix e das cartilagens articulares
I. Identificação e resumo clínico
II. Dados clínicos relevantes
Idade __________________________ Sexo ___________________________
Tumor: localização/tempo de evolução/progressão ______________________
Sintomas associados: dor; febre; perda de peso/outros ___________________
Doença pregressa: osteocondromatose/condromatose/displasia fibrosa/outras____________________________________________________
Exame físico: deformidades/tumoração/outros ___________
Exames laboratoriais: sangue/urina/outros ___________
Tratamentos prévios: radioterapia/quimioterapia/cirurgias/outros ___________
III. Achados radiológicos
Osso envolvido ___________
Tamanho da lesão ___________
Lesões ósseas associadas (especificar) ___________
Localização da lesão
□ Epífise □ Mista □ Superfície
□ Metáfise □ Central (medular) □ Parosteal
□ Diáfise □ Cortical □ Periosteal
Envolvimento da cartilagem de crescimento
- Presente
- Ausente
Contorno e margem da lesão
□ Bem definida □ Com áreas de indefinição □ Moteada/”roído de traça”
□ Sem esclerose □ Mal definida □ Permeativa
□ Com esclerose □ Geográfica
Mineralização da matriz
- Ausente
- Presente
- Padrão ósseo
- Padrão cartilaginoso
- Outro (especificar) _____________
Rotura de cortical
- Ausente
- Presente
Reação perióstica
- Ausente
- Presente
- Contínua
- Interrompida
Padrão
□ Insuflante □ Capas múltiplas (“casca de cebola”) □ Sólido
□ Sólido □ Espiculado ou “em raios de sol” □ Vazio
□ Lamelar único □ Ângulo/triângulo de Codman
Comprometimento do espaço articular
- Ausente
- Presente
Comprometimento dos tecidos moles adjacentes
- Ausente
- Presente
Multifocalidade da lesão
- Ausente
- Presente
Nota: Recomenda-se que as imagens acompanhem o pedido anatomopatológico. Quando isso não for possível, sugere-se colocar um adendo no final do laudo sobre a necessidade de correlação dos achados morfológicos com os dados clínicos e de imagem.
IV. Procedimento cirúrgico – biópsia
- Por agulha
- A céu aberto
- Ressecção intralesional/curetagem
- Ressecção parcial/marginal
- Ressecção ampla
- Ressecção radical/amputação
- Desarticulação
- Hemipelvectomia
- Outro (especificar) __________________
V. Exame macroscópico
É recomendável receber o material a fresco para a eventual obtenção de amostras para estudos especiais. Não congelar a peça cirúrgica para evitar artefatos por formação de cristais.
V.1 Superfície externa
- Identificar e medir: osso, segmento ósseo ou fragmentos ósseos irregulares
• Descrever os tecidos que recobrem ou acompanham (músculo, tecido adiposo, pele). - Descrever alterações superficiais (abaulamento, deformidades, fratura, etc.)
V.2 Superfície de corte
- Localização em planos longitudinal e transversal
• Extensão intraóssea e infiltração com ou sem rotura de cortical e invasão das partes moles, incluindo articulações. - Reações periósticas
- Medidas da lesão (incluindo, quando houver, a invasão das partes moles)
• Distância entre o tumor e a margem de ressecção mais próxima. - Aspecto da lesão (forma, consistência, coloração)
Em se tratando de lesão suspeita de osteoma osteoide, o reconhecimento da presença do nidus é importante e pode ser observada por transiluminação, seguida da secção, que deve ser feita sempre no sentido da superfície da região
V.3 Secção
- Exames de imagem pré-operatórios ou do espécime cirúrgico são extremamente úteis para planejar a dissecção, ajudam a localizar o tumor na peça e a identificar áreas de extensão da neoplasia para partes moles. Também colaboram na orientação do melhor plano de dissecção e na identificação de áreas de maior interesse, como lesão descontínua do tumor ósseo primário (skip metástase), no envolvimento de outras estruturas, como feixes vásculo-nervosos e menor margem de ressecção. A superfície externa deve ser cuidadosamente examinada antes da dissecção. A pele e os tecidos moles devem ser inspecionados quanto à enduração ou à presença de outras alterações. Áreas de incisões prévias e de biópsia devem ser identificadas e analisadas quanto ao implante tumoral no trajeto da agulha. As margens devem ser amostradas com base nos exames macroscópico e de imagem. Representar áreas correspondentes à menor margem livre de partes moles, à margem de ressecção óssea e à margem de ressecção articular sinovial.
- Recomenda-se o uso de serra-fita elétrica (de açougueiro) para a secção do osso comprometido, posicionando o corte no sentido do maior eixo da lesão. Também se deve atentar à maior extensão da invasão tumoral das partes moles.
- Em se tratando de lesão suspeita de osteoma osteoide, o reconhecimento da presença do nidus é importante e pode ser observada por transiluminação, seguida da secção, a qual deve ser feita sempre no sentido da superfície da região cortical para a superfície endosteal.
- As peças devem ser escovadas para a retirada do pó de osso, uma vez que, este pode causar artefatos nos cortes histológicos.
Nota: Em caso de avaliação do efeito quimioterápico (índice de necrose de Huvos), a representação de toda a massa tumoral é impraticável, então, recomenda-se a fatia central que melhor represente o tumor. Esta deve ser mapeada, utilizando uma grade, para identificar cada porção do tumor, bem como as respectivas margens cirúrgicas: ósseas, articulares sinoviais e de partes moles. Cada divisória da grade não deve ultrapassar as dimensões de um cassete, e os fragmentos obtidos não devem ser muito espessos (em torno de 2 a 3 mm) para boa fixação tecidual e adequado processamento técnico após a descalcificação do material. Sugere-se, para confecção da grade, utilizar imagem fotográfica ou digitalizada da peça, radiografia, fotocópia ou, simplesmente, desenhar a peça com o respectivo tumor (Figura 1). O plano de mapeamento para estudo do efeito do tratamento quimioterápico, em caso de osteossarcoma, também pode ser usado para avaliação de outros sarcomas ósseos pós-quimioterapia (ver item a seguir).
V.4 Protocolo anatomopatológico para osteossarcoma pós-quimioterapia usado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
V.4.1 Macroscopia
Osso comprometido ____________________
Ressecção do tipo _____________________
Medidas da peça ____ cm
Tumor ____ cm
Menor margem livre ____ cm
V.4.2 Localização, extensão e características do tumor
□ Terço proximal □ De superfície □ Comprometimento linfonodo regional
□ Terço medial □ Lesões-satélite □ Necrose
□ Terço distal □ Invasão da cartilagem epifisária □Hemorragia
□ Epífise □ Invasão da cápsula articular □ Degeneração cística
□ Metáfise □ Rotura cortical □ Ossificação/calcificação
□ Diáfise □ Comprometimento das partes moles □ Áreas condroides
Intramedular Comprometimento da pele (trajeto de biópsia) Outros
V.4.3 Desenho da peça, mapeamento (grade) e representação (Figura 1 e Tabela 1)
Figura 1 Desenho da peça com o respectivo tumor, mapeamento e representação (adaptado de Czerniak B, 2016).
Tabela 1 Fragmentos retirados.
Lâmina/sigla | Identificação | N° de fragmentos | % do tumor viável |
Total |
V.4.4 Microscopia
V.4.4.1 Biópsia anterior
- Sim (no_________)
- Não
V.4.4.2 Padrão histológico predominante
- Osteoblástico
- Condroblástico
- Fibroblástico
- Pequenas células
- Rico em células gigantes
- Telangiectásico
- Anaplásico
- Misto
- Epitelioide
- Esclerosante
- Outros (especificar) ___________________
V.4.4.3 Anaplasia celular
- Focal
- Difusa
V.4.4.4 Índice mitótico ____ /10 campos de maior aumento
V.4.4.5 Alterações histopatológicas predominantes pós-quimioterapia: celularidade tumoral e estroma
- Núcleos bizarros
- Homogeneização da cromatina
- Vacuolização citoplasmática
- Necrose focal
- Necrose extensa
- Desaparecimento de tecido neoplásico
- Macrófagos espumosos
- Células gigantes bizarras
- Fibroblastos aberrantes
- Fibrose estromal
- Degeneração mixoide
- Degeneração cística
- Osso residual
- Matriz óssea tumoral acelular
- Calcificação
- Espessamento da íntima – vasos
- Trombose
- Êmbolos neoplásicos
V.4.5 Margens
- Ósseas ____ mm
- Partes moles ____ mm
Menor margem livre ____ mm
V.4.6 Viabilidade de neoplasia pós-quimioterapia (____%) (modificado de Huvos, 1991)
- Grau 1 – Nenhuma ou mínima necrose
- Grau 2 – Extensa necrose com mais de 10% de tumor viável
- Grau 3 – Extensa necrose com esparsos focos de tumor viável (< 10%)
- Grau 4 – Necrose completa
V.5 Avaliação de necrose pós-quimioterapia
A necrose tumoral é caracterizada pela morte da célula sarcomatosa, picnose e fragmentação nuclear ou completo desaparecimento do tecido tumoral. Alterações pré-necróticas atribuídas à quimioterapia consistem em desenvolvimento de núcleos bizarros, homogeneização da cromatina e vacuolização citoplasmática. A eliminação do tecido neoplásico é substituída por estroma hialinizado e vascularizado. Cavidades císticas preenchidas por material mucoide, matriz óssea tumoral amorfa ou calcificada e osso residual acelular podem ser detectados. O índice de resposta à quimioterapia pode ser graduado. A graduação de Huvos (1991) é a mais utilizada.
Recomenda-se que a avaliação do grau de necrose seja feita analisando cada uma das lâminas, segundo o mapeamento da peça, detectando-se, em cada uma delas, a porcentagem da extensão da necrose. A porcentagem final é dada pela média aritmética da soma de todas as lâminas examinadas. É mais trabalhosa, porém mais acurada. Alguns serviços avaliam a necrose pela simples detecção de células viáveis (+) ou necróticas (-) na lâmina, independentemente da extensão. Assim, um pequeno agrupamento de células tumorais viáveis em uma lâmina corresponderá à positividade semelhante, se esta tiver extensas áreas de tumor viável, superestimando o grau de positividade, ou seja, a resistência à droga ou a má resposta à quimioterapia. Em termos da graduação de Huvos, em alguns casos, pode ser atribuído grau 2 ou 3, na dependência do método utilizado, o que implicará terapêutica e prognóstico distintos.
Nota: Fotografar a peça antes e depois de seccionada e tirar duas ou mais fatias de 3 a 5 mm para melhor fixação e descalcificação, quando a peça requerer índice de necrose, proceder da maneira descrita na Nota do item “V.3 Secção”.
V.6 Inclusão
- Incluir os tecidos moles antes do osso.
- Incluir o material na totalidade quando menor de 3 cm ou se for suspeito de tumor cartilaginoso clássico ou não houver visualização da lesão.
• Incluir o material que, macroscopicamente, represente a lesão.
V.7 Fixação e descalcificação
É usada formalina a 10% ou formalina tamponada que preserva melhor o tecido (jamais proceder a descalcificação sem antes fixar o tecido por, pelo menos, 24 horas). A descalcificação é feita com ácido nítrico de 5 a 7,5%, ou ácido fórmico de 8 a 10% (menor prejuízo a imunogenicidade da amostra), tomando-se o cuidado de deixar os fragmentos, imersos em ácido, suspensos por um fio de linha, de forma que não tenham contato com o fundo do recipiente. Deve-se trocar o ácido diariamente e verificar se os fragmentos estão descalcificados. Essa avaliação pode ser feita, primeiramente, espetando-se o fragmento com agulha fina, depois basta tentar afiná-los a uma espessura de 2 a 3 mm, cortando-os com uma navalha nova. Se o corte for suave, ou seja, sem evidência de calcificação tecidual, pode-se colocar os fragmentos em cassetes e deixá-los em água corrente por 20 minutos, no mínimo. Retirar os cassetes, sacudi-los para tirar o excesso de água e colocá-los em formol para, então, seguir o processamento técnico histológico habitual. Pode-se usar o ácido de descalcificação rápida (RDO), mas com muito cuidado para não descalcificar em excesso. Pode-se também usar o descalcificador utilizado no MGH-Boston-USA (Tabela 2). Neste caso, deve-se submeter o tecido ao descalcificador por, no máximo, 8 horas. Repetir o processo, se necessário. Conforme o tamanho ou a concentração de cálcio no tecido, o tempo de exposição do fragmento ao descalcificador pode variar de 2 a 8 horas. De preferência, não deixar o material no descalcificador durante a noite; repetir a operação durante o dia.
Tabela 2 Descalcificador usado no MGH-Boston USA.
Descalcificador | Quantidade |
EDTA tetrassódico | 7 g |
Tartarato de sódio e potássio | 80 g |
Ácido clorídrico | 1.200 mL |
Água destilada | 9.000 mL |
VI. Exame microscópico
Tipo histológico (classificação da OMS [2013], modificada)
VI.1 Graduação histológica (neoplasias malignas)
- Grau I – Bem diferenciado (G1)
- Grau II – Moderadamente diferenciado (G2)
- Grau III – Pouco diferenciado (G3)
VI.2 Tumores formadores de osso
VI.2.1 Benignos
- Osteoma
- Osteoma osteoide
- Osteoblastoma
VI.2.2 Malignos
Osteossarcoma
- Central (medular)
- Clássico ou convencional (G3)
- Osteoblástico
- Condroblástico
- Fibroblástico
- Rico em células gigantes
- Epitelioide
- De células claras
- Osteoblastoma-like (G1)
- Condroblastoma-like
- Telangiectásico (G3)
- Pequenas células (G3)
- Bem diferenciado central (G1)
- Secundário
- À doença de Paget (G3)
- Pós-irradiação (G3)
- Superfície (periférico)
- Clássico (alto grau) G3)
- Periosteal (G2)
- Parosteal (G1)
- Clássico ou convencional (G3)
VI.3 Tumores formadores de cartilagem
VI.3.1 Benignos
- Osteocondroma
- Solitário
- Em osteocondromatose múltipla
- Condroma
- Encondroma solitário
- Em encondromatose múltipla
- Periosteal
- Condromatose sinovial
- Condroblastoma
- Condroma fibromixoide (fibroma condromixoide)
VI.3.2 Malignos
- Condrossarcoma
- Clássico:
- Central ou de superfície/periférico;
- Primário ou secundário (G1-G3)
- Desdiferenciado (G3)
- De células claras (G1)
- Mesenquimatoso (G3)
VI.4 Tumores fibrogênicos
- Fibroma desmoplásico*¹
- Fibrossarcoma (G3)
VI.5 Tumores fibro-histiocíticos
- Fibroma não ossificante*²
- Fibro-histiocitoma benigno*²
- Sarcoma indiferenciado de alto grau (Fibro-histiocitoma maligno, de classificações anteriores) (G3)
VI.6 Tumores vasculares*³
- Hemangioma
- Hemangioma epitelioide
- Hemangioendotelioma epitelioide (G1-G2)
- Angiossarcoma (G3)
VI.7 Tumores giganto-celulares
- Granuloma reparador de células gigantes
- Tumor de células gigantes do osso (TGC) (G1) *4
- Malignização em tumor de células gigantes (G3)
VI.8 Tumores da família do Sarcoma de Ewing/Tumor neuro-ectodérmico primitivo (PNET) (G3)
VI.9 Tumores hematopoiéticos
- Linfomas (primário e secundário)*5
- Mieloma
VI.10 Tumores lipogênicos
- Lipoma
- Lipossarcoma (G3)
VI.11 Tumores de músculo liso
- Leiomioma
- Leiomiossarcoma (G3)
VI.12 Tumores da notocorda
Benigno:
- Tumor notocordal benigno
Maligno:
- Cordoma (G2)
VI.13 Adamantinoma (G2)
VI.14 Metástases
VI.15 Miscelânea/lesões pseudoneoplásicas
- Cisto ósseo aneurismático*¹
- Cisto ósseo juvenil (simples/unicameral)
- Displasia fibrosa
- Displasia osteofibrosa*¹
- Histiocitose de células de Langerhans
- Doença de Erdheim-Chester
- Hamartoma condro-mesenquimatoso da parede torácica
- Tumor marrom do hiperparatireoidismo
*Nota 1: Fibroma desmoplásico; cisto ósseo aneurismático e displasia osteofibrosa são lesões benignas, mas com potencial de recorrência local.
*Nota 2: Fibroma não ossificante e fibro-histiocitoma benigno são lesões fibro-histiocíticas benignas de morfologia semelhante, porém, são consideradas entidades clínico-patológicas distintas.
*Nota 3: Hemangioma epitelioide é considerado benigno, mas localmente agressivo; já o hemangiendotelioma epitelioide é considerado maligno (grau baixo a intermediário), e o envolvimento de dois ou mais ossos está associado com pior prognóstico.
*Nota 4: Tumor de células gigantes, em geral, tem um comportamento benigno. Contudo, pode ser localmente agressivo com extensão aos tecidos moles e/ou recorrência (15-50%). À distância, pode exibir implante/metástase pulmonar em até 2% dos casos. Recomenda-se utilizar o termo “implante pulmonar” devido ao seu curso de crescimento lento; a lesão, em geral, é única e pode evoluir com cura pós-ressecção ou, mesmo, sofrer involução espontânea.
*Nota 5: Os linfomas são classificados como os linfonodais. O primário do osso tem melhor prognóstico que os secundários a linfomas nodais.
VII. Extensão da lesão
- Cortical (intracompartimental)
- Além da cortical (extracompartimental)
VIII. Margens de ressecção
VIII.1 Características
- Ressecção intralesional: ressecção com invasão do leito do tumor e realizada por curetagem ou enucleação.
- Ressecção marginal: ressecção em bloco do tumor e o plano de dissecção segue a área reacional peritumoral ou pela pseudocápsula do tumor.
- Ressecção ampla: ressecção em bloco, com margens amplas, ou seja, o plano de dissecção prossegue por tecido normal e por fora da área reativa peritumoral.
- Ressecção radical: ressecção em bloco de todos os compartimentos envolvidos pela neoplasia.
VIII.2 Comprometimento da margem
- Ausente, menor margem livre (especificar) __________________________
- Presente (especificar) __________________________________________
IX. Linfonodos
- Presentes
- Ausentes
- Ausência de metástases
Metástases ____ em ____ de linfonodos coletados
X. Exame de congelação
- Não realizado
- Realizado
- Do tumor
- Negativo
- Positivo
- Inconclusivo
- Da margem
- Negativo
- Positivo
- Inconclusivo
XI. Estudos especiais (especificar)
- Imuno-histoquímica _______________________________________________
- Citogenética_____________________________________________________
- Análise molecular ________________________________________________
- Análise citométrica _______________________________________________
XII. Diagnóstico final (exemplos)
- Produto de biópsia de lesão epifisária de úmero proximal direito: condroblastoma.
- Produto de biópsia a céu aberto de lesão epifisária de fêmur distal esquerdo: tumor de células gigantes.
- Produto de biópsia por agulha de lesão metafisária de fêmur distal esquerdo: osteossarcoma parosteal (grau 1).
- Produto de ressecção do segmento distal do fêmur direito após QT-neoadjuvante: osteossarcoma clássico central (grau 3), subtipo histológico predominante: osteoblástico, da metáfise distal do fêmur direito, extra-compartimental. Feixes vasculo-nervosos e margens de ressecção cirúrgicas livres, sendo a menor margem livre óssea (proximal) de 4,4 cm e a de partes moles (medial) de 0,8 cm.
Índice de necrose/resposta tumoral (Huvos) = grau 3.
XIII. Classificação TNM dos sarcomas ósseos (AJCC, 2017)
Definição de Tumor Primário (T)
Esqueleto apendicular; tronco e ossos craniofaciais
- TX – Não pode ser avaliado
- T0 – Não há evidência de tumor primário
- T1 – Tumor menor ou igual a 8 cm no maior diâmetro
- T2 – Tumor maior que 8 cm no maior diâmetro
- T3 – Tumor descontínuo do sítio ósseo primário
Coluna vertebral
- TX – Não pode ser avaliado
- T0 – Não há evidência de tumor primário
- T1 – Tumor confinado a um segmento vertebral ou dois segmentos vertebrais adjacentes
- T2 – Tumor confinado a três segmentos vertebrais adjacentes
- T3 – Tumor confinado a quatro segmentos vertebrais adjacentes, ou qualquer segmento vertebral não adjacente
- T4 – Extensão para o canal espinhal ou grandes vasos
- T4a – Extensão para o canal espinhal
- T4b – Evidência de invasão vascular macroscópica ou trombo tumoral em grandes vasos
Pelve
- TX – Não pode ser avaliado
- T0 – Não há evidência de tumor primário
- T1 – Tumor confinado a um segmento pélvico sem extensão extra-óssea
- T1a – Tumor menor ou igual a 8 cm no maior diâmetro
- T1b – Tumor maior que 8 cm no maior diâmetro
- T2 – Tumor confinado a um segmento pélvico com extensão extra-óssea ou dois segmentos sem extensão extra-óssea
- T2a – Tumor menor ou igual a 8 cm no maior diâmetro
- T2b – Tumor maior que 8 cm no maior diâmetro
- T3 – Tumor abrangendo dois segmentos pélvicos com extensão extra-óssea
- T3a – Tumor menor ou igual a 8 cm no maior diâmetro
- T3b – Tumor maior que 8 cm no maior diâmetro
- T4 – Tumor abrangendo três segmentos pélvicos ou ultrapassando a junção sacro-ilíaca
- T4a – Tumor envolve a junção sacro-ilíaca com extensão medial para o neuroforame sacral
- T4b – Tumor envolve os vasos ilíacos externos ou a presença de trombo tumoral macroscópico em grandes vasos pélvicos
Definição de Linfonodo Regional (N)
- NX – Não podem ser avaliados*
- N0 – Ausência de metástase linfonodal
- N1 – Metástases em linfonodo regional
Nota*: Em razão da raridade de envolvimento linfonodal em sarcomas, a designação “NX” pode não ser apropriada e pode ser considerada “N0” se nenhum envolvimento clínico for evidente.
Definição de Metástase à Distância (M)
- M0 – Ausência de metástase a distância
- M1 – Presença de metástase a distância
- M1a – Pulmonar
- M1b – Outros sítios distantes
Tabela 3 Grau histológico (adaptado de AJCC, 2017)
Sistema em 2 graus | Sistema em 3 graus | G Definição (G) |
GX Grau não pode ser avaliado | ||
Baixo grau | Grau 1 | G1 Bem diferenciado, baixo grau |
Alto grau | Grau 2 Grau 3 |
G2 Moderadamente diferenciado, alto grau
G3 Pouco diferenciado, alto grau |
Grupos de estadio prognóstico da AJCC, 2017
Tabela 4 Esqueleto apendicular; tronco e ossos craniofaciais
Quando o T é: | Quando o N é: | Quando o M é: | E o Grau é: | O Grupo de Estadio é: |
T1 | N0 | M0 | G1 ou GX | IA |
T2 | N0 | M0 | G1 ou GX | IB |
T3 | N0 | M0 | G1 ou GX | IB |
T1 | N0 | M0 | G2 ou G3 | IIA |
T2 | N0 | M0 | G2 ou G3 | IIB |
T3 | N0 | M0 | G2 ou G3 | III |
Qualquer T | N0 | M1a | Qualquer G | IVA |
Qualquer T | N1 | Qualquer M | Qualquer G | IVB |
Qualquer T | Qualquer N | Mb1 | Qualquer G | IVB |
Tumor ósseo primário em Coluna vertebral e pelve: não existe nenhum grupo de estadio prognóstico da AJCC para coluna vertebral e pelve.
XIV. Classificação TNM dos tumores ósseos malignos (UICC, 2017)
Tabela 5 Estadiamento TNM.
Estadio | T | N | M | Grau |
IA | T1 | N0 | M0 | G1, GX Baixo grau |
IB | T2, T3 | N0 | M0 | G1, GX Baixo grau |
IIA | T1 | N0 | M0 | G2, G3 Alto grau |
IIB | T2 | N0 | M0 | G2, G3 Alto grau |
III | T3 | N0 | M0 | G2, G3 Alto grau |
IVA | Qualquer T | N0 | M1a | Qualquer grau |
IVB | Qualquer T | N1 | Qualquer M | Qualquer grau |
IVB | Qualquer T | N0 | M1b | Qualquer grau |
Tabela 6 Fatores prognósticos para osteossarcoma
Fatores Prognósticos | Relacionado ao tumor | Relacionado ao hospedeiro | Relacionado ao ambiente |
Essenciais | Localização, tamanho, extensão da doença
Resposta tumoral à QT-Neoadjuvante |
Idade | Doença residual pós-ressecção |
Adicionais | LDH
Fosfatase alcalina |
Gênero
Performance “status” |
Equipe multidisciplinar de tratamento de sarcoma
Recorrência local |
Novos e promissores | Biomarcadores |
XV. Estadiamento de Enneking
Tabela 7 Estadiamento de Enneking* simplificado.
Estádio | Grau | Localização |
IA | Baixo grau | Intracompartimental |
IB | Baixo grau | Extracompartimental |
IIA | Alto grau | Intracompartimental |
IIB | Alto grau | Extracompartimental |
III | Qualquer grau | Metástase |
*O estadiamento de Enneking é mais usado em sarcomas ósseos.
XVI. Alguns marcadores auxiliares do diagnostico uteis em patologia óssea:
XVI.1 Imuno-histoquímica
- H3G34W – Altamente especifico para TCG
- 3K36M – Altamente especifico para condroblastoma
- S100 – Condrócitos e condroblastos
- SOX9 – Condroblastos e células condroprogenitoras
- CD1a – Células de Langerhans
- Braquiúria – Células da notocorda
- CAMTA1, FLI1 – Tumores vasculares
- CD99, FLI1 – Família Sarcoma de Ewing/PNET
- MDM2, CDK4 – Osteossarcoma central de baixo grau e osteossarcoma parosteal
XVI.2 Técnicas moleculares
- Rearranjos de USP6 – Cisto ósseo aneurismático
- Rearranjos de GNAS – Displasia fibrosa
- Rearranjos de FOS e FOSB – Osteoblastoma
- Rearranjos de IDH1/2 – Condrossarcoma
- Rearranjos de EWSR1 e CIC-DUX4 – Família Sarcoma de Ewing/PNET
- Amplificação gênica de MDM2 e CDK4 – Osteossarcoma central de baixo grau e osteossarcoma paraosteal
XVII. Bibliografia
Amin MB, Edge SB, Greene FL, Byrd DR, Brookland RK, Washington MK, et al. AJCC Cancer staging manual, 8th ed. Switzerland: Springer, 2017.
Baumhoer D, Amary F, Flanagan AM. An update of molecular pathology of bone tumors. Lessons learned from investigating samples by next generation sequencing. Genes Chromosomes Cancer. 2019;58(2):88-99.
Brierley JD, Gospodarowicz MK, Wittekind C, O`Sullivan B, Mason M, Asamura H, et al. Union for International Cancer Control (UICC): TNM classification of malignant tumors, 8th ed. Oxford: John Wiley & Sons, Ltd, 2017.
Czerniak B. In Dorfman and Czerniak`s Bone Tumors, 2nd ed. Philadelphia, Elsevier, 2016.
Enneking WF, Spanier S, Goodman M. A system for the surgical staging of musculoskeletal sarcoma. Clin Orth Rel Res. 1980; 153:106-20.
Fletcher CDM, Bridge JA, Hogendoorn PCW, Mertens F (eds.). WHO Classification of tumors of soft tissue and bone, 4th ed. Lyon: IARC, 2013.
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