O VII Fórum Nacional de Ensino Médico, realizado em Brasília, 6 e 7 de Outubro de 2016, foi coordenado pelo do Conselho Federal de Medicina que contou com a participação do Ministério da Saúde, do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa (INEP) e com a Associação Brasileira de Ensino Médico (ABEM), além de outras entidades, com o objetivo de discutir a qualidade do ensino médico no Brasil.
Dentre os ilustres convidados, destacamos a participação do palestrante internacional Dr. John Norcini, membro da Diretoria Educational Commision for Forein Medical Graduates, que brindou o evento com uma visão internacional das escolas médicas, assim como dos programas de avaliação e acreditação da formação médica internacional.
Em sua palestra, intitulada como Estado da Arte da Avaliação do Estudante de Medicina, foram apresentados vários trabalhos internacionais de instituições Norte Americanas, assim como instituições Indianas e de outros países em desenvolvimento, evidenciando a importância de mensurar a qualidade do estudante de medicina e por conseguinte a qualidade do médico em atuação.
Chamou bastante atenção trabalhos expostos pelo Dr. John Norcini, que demonstrou que a qualidade do médico decai a cada ano que se distancia de sua colação de grau. Afirmou que os médicos mais antigos apresentavam maiores perdas de seus pacientes com maiores números de atestados de óbitos. Este estudo demonstrou que a experiência não pode estar desvinculada do processo de educação médica continuada e atualizações constantes. Com isso, ele alerta a importância da preocupação com a avaliação dos estudantes de Medicina, assim como a avaliação dos Médicos em atuação.
Em seguida, foi apresentada a palestra Experiência do Teste de Progresso no Brasil pela Profa. Dra. Angélica Maria Bicudo – Coordenadora do Núcleo de Avaliação e Pesquisa em Ensino Médico da FCM/UNICAMP, onde foi demonstrado que o teste de progresso foi muito positivo para as Universidades, porém apresentaram um custo alto e provavelmente será extinto com a implantação do ANASEM que não apresentará custo para as Universidades.
A palestra da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina – ANASEM foi proferida pela Dra. Maria Inês Fini, Presidente do INEP, onde foram elucidadas as dúvidas com relação a esta avaliação, e ficou demonstrada que o INEP não tem interesse punitivo com relação às escolas médicas que não forem bem avaliadas. Ficou claro que esta avaliação tem o objetivo de ser utilizada muito mais como uma ferramenta para os respectivos coordenadores de curso, para que os mesmos possam ter este instrumento para medir e nortear o progresso de seu curso.
Quanto à palestra Avaliação Institucional e Acreditação da Escola de Medicina, foi demonstrada a importância da acreditação, porém também ficou em questionamento quais seriam as empresas que seriam capazes de executar esta acreditação, pois logo logo iriam surgir as empresas para acreditar às que exerceriam acreditações, seriam empresas privadas? Enfim, surgiram vários questionamentos a respeito.
O Dr. John Norcini, embora também tenha demonstrado às possíveis falhas dos sistemas de acreditação, informou que nos EUA a partir de 2022 só irão participar de seleções para validações dos diplomas médicos, assim como só serão aceitos para trabalhar nos Estados Unidos, àqueles que fizeram seu curso de Medicina em escolas acreditadas.
Por fim, ficou evidente neste evento a preocupação das entidades organizadoras na formação do médico e consequentemente com a assistência que tem sido oferecida à população Brasileira.
Destacou-se uma grande preocupação com as aberturas e inaugurações de novas escolas médicas, especialmente em cidades que não têm estrutura para tal, sem hospitais, sem corpo docente especializado, sendo claramente reforçado à necessidade de novas discussões e medidas para tornar o médico Brasileiro um profissional de Excelência.
Juliana Arôxa Pereira Barbosa.
Assessoria especial – Ligas Acadêmicas de Patologia SBP