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Três mil anos de estudo: a história da patologia

Categoria: Notícias Publicado por: admsbp Publicado em: 19/07/2016

A palavra patologia tem sua origem no grego, com a união dos termos Pathos (doença/sofrimento) e Logos (estudo). Como o nome sugere, essa especialidade médica estuda as alterações estruturais e funcionais das doenças, identificando suas causas e efeitos. Exatamente por contar com esse conhecimento, o patologista é conhecido como o profissional do diagnóstico.

Assim como o termo, a própria patologia tem suas raízes na terra dos filósofos. Embora não seja possível precisar um marco inicial, a origem da especialidade remonta à Grécia Antiga e se funde à origem da própria medicina ocidental como a conhecemos.

Nesses milhares de anos a patologia passou por cinco fases distintas. Em cada uma delas a explicação da origem dos estados das doenças foi diferente, influenciada pelo conhecimento disponível na época:

  • Fase Humoral (da Idade Antiga ao final da Idade Média):
    A origem das doenças nessa época era explicada pelo desequilíbrio dos líquidos do corpo, como água, sangue e linfa. Para os primeiros patologistas, esses líquidos chamados de humores seriam os controladores de toda a função biológica. As doenças eram diagnosticas e tratadas dessa forma, sendo comuns as sangrias.
  • Fase Orgânica (do século XV ao XVI):
    Nesse período, houve o desenvolvimento da observação dos orgãos do corpo. Os patologistas buscavam entender o motivo do adoecimento, sobretudo com necrópsias. Uma das representações mais icônicas dessa fase da medicina talvez seja a pintura A Lição de Anatomia do Dr. Tulp,de Rembrandt.
  • Fase Tecidual (do século XVI ao XVIII):
    Nessa fase, os olhares dos especialistas foram voltados à estrutura e organização dos tecidos. É nesta época que se iniciam os primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios funcionais.
  • Fase Celular (século XIX):
    Considerado a introdução da Patologia Moderna, esse período é marcado pelo início da utilização da ferramenta mais representativa do patologista – o microscópio. Começou assim o estudo das alterações morfológicas e funcionais das células, ampliando ainda mais os horizontes da especialidade.
  • Fase Ultracelular (século XX):
    É o momento da patologia em que nos encontramos hoje. Graças ao avanço científico, a especialidade passou a envolver conceitos de áreas como biologia molecular e genética, entre outras. A tecnologia na área está facilitando a ampliação dessa linha de estudo.

Mais do que a incorporação de novos conhecimentos e técnicas, o que permitiu o avanço da patologia nesses mais de três mil anos de história foi o trabalho árduo dos patologistas, profissionais que sempre estudaram incansavelmente os mistérios do corpo humano.

Esses homens e mulheres são o tema do próximo texto da nossa série sobre a história da patologia, que estará disponível na semana que vem!

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